Pemba – A violência armada em Cabo Delgado voltou a ganhar destaque com mais um ataque registado no distrito de Palma, onde decorrem os megaprojetos de gás natural liderados pela TotalEnergies.

Na segunda-feira (25), um grupo de insurgentes ligados ao autoproclamado Estado Islâmico emboscou dois civis na aldeia de Uvilili, a cerca de 30 quilómetros do acampamento de Afungi, matando-os no local. As vítimas realizavam atividades agrícolas quando foram surpreendidas.

De acordo com fontes locais, os corpos foram encontrados na mata próxima. Um residente explicou que a área é frequentemente usada pelos insurgentes como rota estratégica:

“Eles utilizam aquela floresta para chegar à costa em busca de peixe e, no regresso, voltam pelo mesmo caminho”, relatou.

O ataque levou a TotalEnergies a reforçar as medidas de segurança, orientando empresas subcontratadas a restringirem a circulação de trabalhadores para fora do perímetro de Afungi. Paralelamente, as Forças de Defesa e Segurança enviaram reforços, mas o episódio evidencia que a ameaça insurgente continua ativa na região.

Na terça-feira (26), o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque através dos seus canais de propaganda, afirmando que “soldados do califado capturaram e executaram três cristãos”. Contudo, não foram divulgadas imagens, e não há provas de que as vítimas professassem essa fé, o que reforça a dimensão propagandística da mensagem.

Desde agosto, aldeias como Maputo, Mute, Maganja e Pundanhar têm sido palco de incursões, que atingem tanto populações civis quanto posições militares, ampliando a insegurança em torno da bacia do Rovuma e dos projetos multimilionários de gás natural.

Fonte: Moz Times