
A crença de que a volta de Jesus ocorreria na última terça-feira levou muitos cristãos em diferentes partes do mundo a tomarem medidas radicais, como vender casas, abandonar empregos e desfazer bens. No entanto, a previsão não se concretizou, mergulhando fiéis em frustração, decepção e até crises emocionais.
A profecia circulou de forma viral nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde um autointitulado “profeta” anunciava que o arrebatamento aconteceria entre os dias 23 e 24 de setembro de 2025. A mensagem alcançou milhares de seguidores, que passaram a se preparar intensamente para o suposto evento.
Relatos publicados em veículos internacionais, como o New York Post e o AOL News, descrevem casos de pessoas que se desfizeram de bens materiais na expectativa de serem arrebatadas. “Já vendi minha casa”, declarou uma seguidora em transmissão ao vivo, pouco antes da data. Outros afirmaram ter pedido demissão ou encerrado atividades profissionais acreditando que a vida terrena chegaria ao fim.
No entanto, com o passar dos dias, a promessa não se cumpriu. Segundo a reportagem do New York Post, muitos seguidores ficaram “profundamente deprimidos” e relataram um forte sentimento de vazio. A frustração foi tanta que alguns gravaram vídeos chorando e pedindo explicações às lideranças religiosas que divulgaram a profecia.
Analistas recordam que não se trata de um episódio isolado. Movimentos semelhantes já ocorreram em diferentes épocas, como mostra uma lista mantida pela Wikipedia, que reúne previsões falhadas sobre a Segunda Vinda de Cristo. Especialistas religiosos alertam que tais expectativas, quando levadas ao extremo, podem causar danos sociais e psicológicos significativos, sobretudo em pessoas mais vulneráveis.
O debate em torno do episódio reacendeu também uma reflexão crítica sobre o poder das redes sociais na disseminação de crenças apocalípticas. A velocidade de propagação de conteúdos em plataformas como o TikTok e o YouTube amplifica discursos proféticos e os torna virais em poucos dias, influenciando comunidades inteiras.
Apesar do desapontamento, líderes cristãos de diferentes denominações ressaltam que, de acordo com as Escrituras, “ninguém sabe o dia nem a hora” da volta de Cristo, reforçando que previsões específicas sobre datas não encontram fundamento bíblico.
Pare de se atrapalhar Jesus nunca voltará