Niassa – Um clima de medo e tensão tomou conta das minas de ouro de Lupiliche, na localidade de Tulo Calandani, província de Niassa, após um ataque protagonizado por seguranças privados ligados a empresários chineses. Testemunhas relatam que o grupo invadiu o local numa ação violenta que visava intimidar e expulsar trabalhadores moçambicanos.
Durante a incursão, três seguranças moçambicanos foram feitos reféns, mas acabaram resgatados quando os atacantes tentavam fugir. Cinco trabalhadores ficaram feridos, um deles em estado grave, com ferimentos na cabeça causados por estilhaços. O ferido encontra-se a receber cuidados médicos numa clínica da cidade de Lichinga.
De acordo com fontes locais, o episódio está ligado a uma disputa entre empresas chinesas pelo controlo da exploração de ouro na região. Cada grupo empresarial mantém o seu próprio contingente armado, e um deles teria mobilizado cerca de 30 homens fortemente armados para atacar a área de um concorrente, deixando um rastro de destruição e pânico entre os mineiros.
Moradores e trabalhadores denunciam ainda a possível cumplicidade de agentes da polícia local, que teriam facilitado a fuga dos suspeitos após o ataque. Até o momento, as autoridades moçambicanas não emitiram nenhum comunicado oficial sobre o incidente, que continua a gerar revolta e insegurança entre os residentes de Lupiliche.
