Farmácias de Moçambique acumulam prejuízos pelo segundo ano consecutivo e vendas caem drasticamente em 2024

A estatal Farmácias de Moçambique (Farmac) encerrou o exercício de 2024 com um prejuízo de cerca de 26,4 milhões de meticais (aproximadamente 355 mil euros), repetindo o resultado negativo registado no ano anterior. Os dados constam do Relatório e Contas a que a agência Lusa teve acesso nesta terça-feira (12).

O resultado marca o segundo ano consecutivo de perdas, após a empresa ter registado um lucro de 876 930 meticais (cerca de 11,8 mil euros) em 2022.

Queda nas vendas e agravamento do capital próprio

As vendas da Farmac caíram de 198,5 milhões de meticais (cerca de 2,7 milhões de euros) em 2023 para 127,7 milhões de meticais (cerca de 1,7 milhões de euros) no ano passado — uma redução de aproximadamente 71 milhões de meticais.

O capital próprio da empresa, que já estava negativo em 963 mil meticais (~13 mil euros) em 2023, afundou para -25,5 milhões de meticais (~345 mil euros) em 2024, agravando o cenário financeiro.

Rupturas de stock como principal causa

De acordo com a administração, a forte queda nas vendas foi provocada por rupturas de stock nos três primeiros trimestres do ano. A empresa afirma que as compras de medicamentos e produtos foram realizadas de forma ajustada à capacidade de escoamento, numa tentativa de manter algum equilíbrio operacional, apesar da limitação de recursos financeiros para abastecimento.

Estrutura e presença nacional

A Farmac possui 28 farmácias distribuídas em diferentes províncias de Moçambique e conta atualmente com 110 colaboradores. A empresa é detida integralmente pelo Estado moçambicano e desempenha papel estratégico no fornecimento de medicamentos à população.

Apesar do cenário negativo, a administração sublinha que estão em curso esforços para recuperar ativos e estabilizar os resultados, de modo a garantir a sustentabilidade da empresa nos próximos anos.

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