O Jornalista Nadio Taimo partilhou nas suas redes sociais um relato emocionado sobre o lançamento oficial do ANAMOLA, realizado na cidade da Beira, no último sábado. Na sua publicação no Facebook, confessou que inicialmente tinha dúvidas sobre a adesão popular ao evento, mas acabou surpreendido pela mobilização.
“Confesso, eu tinha dúvidas de que reunisse tanta gente. Sempre pensei que, se fosse em Maputo, a adesão seria maior. Estava enganado. Foi Beira quem me surpreendeu”, escreveu Taimo.
Segundo o jornalista, os primeiros sinais surgiram já durante a sua viagem. Em Lichinga e Nampula, encontrou passageiros que seguiam para Beira, animados com a ideia de participar no encontro. Em Mocuba, relatou que muitas pessoas disputavam transporte, todas com o mesmo objetivo: assistir ao Conselho Nacional do ANAMOLA.
Ao chegar à Beira, deparou-se com grupos de cidadãos de várias províncias que, mesmo sem convites, viajaram por conta própria e dormiram na “Passagem de Nível”, esperando ansiosamente pela abertura do evento.
No sábado, desde as primeiras horas da manhã, milhares já ocupavam o recinto. O que mais impressionou Nadio Taimo foi a presença da juventude:
“Uma multidão de jovens, firme, animada, sem comida, sem camisetas do partido, mas de pé desde as 7h até às 20h, entre discursos, música, marcha e fogo-de-artifício”, relatou.
O ambiente, segundo ele, remeteu às marchas de Maputo em 2023, com o mesmo espírito de resistência e esperança. Mesmo após o encerramento formal da marcha, multidões continuavam a cercar o engenheiro que liderava o movimento, obrigando-o a parar várias vezes para saudar os presentes.
Apesar das limitações logísticas e da falta de material de propaganda, o lançamento mostrou a força da mobilização. Para Taimo, a mensagem é clara:
“Beira mostrou o que muitos ainda tentam ignorar. Há um movimento a nascer que arrasta massas, sobretudo jovens. E não é apenas entusiasmo de ocasião, é sintoma de um país que procura alternativas. O ANAMOLA mostrou que já ocupa o espaço da esperança. E tudo agora gira em torno de ‘esperança’, que também é o grande desafio do atual governo: devolver a esperança ao povo.”