Pelo menos 16 pessoas perderam a vida na noite de segunda-feira (8), após uma ação atribuída a embarcações da Marinha de Moçambique na ilha de Rolas, distrito do Ibo, província de Cabo Delgado.
De acordo com relatos locais, os disparos foram direcionados contra um grupo de civis, a maioria pescadores oriundos da ilha de Matemo, que se deslocavam à região para atividades de pesca. Testemunhas afirmam que os militares abriram fogo sem aviso, provocando a morte imediata de várias vítimas e espalhando pânico entre os sobreviventes.
Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que forças navais moçambicanas são acusadas de alvejar civis em operações na costa de Cabo Delgado, aumentando as preocupações sobre abusos em áreas já marcadas pela violência insurgente.
Em reação às denúncias, um porta-voz da Marinha negou as acusações, alegando que as forças apenas executam operações de segurança marítima na região, sem qualquer intenção de atingir populações locais.
Apesar da negação oficial, organizações de monitoria de conflitos e residentes da zona exigem uma investigação independente para esclarecer as circunstâncias do incidente e apurar responsabilidades.
A situação soma-se ao clima de insegurança vivido em Cabo Delgado, onde ataques armados, deslocamentos forçados e mortes continuam a afetar milhares de famílias desde o início da insurgência em 2017.

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